Nada pior para a democracia do que acuar o Poder Judiciário. O Judiciário independente pressupõe a ausência de qualquer interferência externa, especialmente do aparelho estatal encarregado da atividade policial. A afirmação foi feita no último sábado (18) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, logo após ler a matéria de capa publicada na revista Veja onde cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) admitem publicamente a suspeita de que suas conversas são bisbilhotadas por terceiros. Pior: entre eles, três ministros não vacilam em declarar que o suspeito número 1 da bruxaria é a banda podre da Polícia Federal.
Segundo Britto, os fatos narrados pela revista Veja são gravíssimos e exigem respostas imediatas daqueles que são responsáveis pelo controle da Polícia Federal. Polícia não pode ter banda podre. Ou ela é saudável ou não é polícia.
Ele disse, ainda, que é preciso portanto que as autoridades investiguem as denúncias apontadas, esclarecendo definitivamente que o lado defendido pela Constituição Federal é o Estado Democrático de Direito e jamais o Estado Policial. A denúncia não pode ficar sem resposta uma resposta clara.