A grande onda de violência desencadeada nos últimos dias pelo crime organizado a partir de São Paulo, e que se espalha por outros Estados do País, mostra que a criminalidade está mais organizada que o Estado e também um fracasso total nas políticas sociais do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A observação foi feita pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato. ?O grave problema está na base social do Brasil: não é com bolsa-alimentação, bolsa-escola, bolsa-família, vale-gás, refeição a 1 real, que se vai diminuir e extirpar a exclusão social do povo brasileiro?, afirmou Busato, em entrevista. Para ele, as últimas ações do crime organizado mostram que o País mergulhou no caos social, contra o qual as ações paliativas do governo - nas áreas social e de segurança - não têm dado resultado.
"O quadro que se vê é o da anarquia do caos social, da anarquia do terror", sustentou o presidente da OAB. Segundo ele, as cenas e relatos de violência em São Paulo e outros Estados ?lembram praças convulsionadas e conflitos de guerrilha mundo a fora, o que em princípio não tem nada a ver com o Brasil, mas tem muito a ver o que a sociedade vem reclamando há muito tempo". Ele destacou que a sociedade vem clamando há tempos "por um país mais justo, sem anarquia - que não é só a anarquia da criminalidade, mas também a dos dirigentes desse País - e sem a impunidade que acaba tornando o cidadão incrédulo e revoltando essa marginalidade, que tem que ser contida a qualquer custo".
Busato disse ainda que a sociedade brasileira está atônita e repudia por completo o ambiente de violência desmedida observado nos últimos dias. "Não podemos conviver num Estado desses, num estado de emergência, quase um Estado de guerra, como estamos vendo e que tanto mal faz ao país e à segurança do povo basileiro?. Ele observou que todas as autoridades brasileiras têm a obrigaçaõ de contribuir para conter a onda de ataques do crime organizado. "Todos têm a obrigação de fazer com que a grande massa, que está dentro da lei e quer um Estado justo e com padrões de segurança, seja preservada".
O presidente nacional da OAB reafirmou que a nação brasileira não aceita, em pleno ano de 2006, um Estado de barbárie como o vivido pelo País. "É preciso conter a insubordinação total da marginalidade contra o Estado democrático e, para isso, são encessárias medidas para inverter essa situação em que o crime mostra-se muito organizado frente a um Estado desorganizado, chegando-se a esse descalabro vergonhoso que estamos vivendo no Brasil".
Informações do site da OAB/DF