O conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Ussiel Tavares, protestou contra a decisão da Justiça que determinou a exumação do corpo do juiz Leopoldino Marques do Amaral, sepultado em Poconé, em 1999. Presidente da OAB em Mato Grosso na época em que aconteceu o assassinato, Tavares disse que os laudos emitidos naquela ocasião "foram extremamente conclusivos". Ele disse não entender os motivos de tanto esforço pela exumação: "É simplesmente um absurdo o que estão fazendo" frisou Tavares.
Ussiel Tavares observou que o corpo do magistrado, encontrado na beira de uma estrada na localidade de Concepción, no Paraguai, passou por três exames e todos foram taxativos ao confirmar a identidade do magistrado. Na época, o corpo do juiz estava semi-carbonizado. "Havia necessidade de confirmação e foram realizados todos os procedimentos necessários, inclusive o exame de DNA" ele salientou. A própria necropsia foi acompanhada pela OAB, através da Comissão de Direitos Humanos.
"Não resta a menor dúvidas de que existe uma grande armação em torno dessas novas declarações de Beatriz Árias" acentuou o conselheiro federal da OAB. Ussiel frisou que a ex-funcionária do Fórum Cível foi condenada a 12 anos de reclusão, dos quais cinco cumpridos em regime fechado. "Em nenhum momento, jamais, Beatriz Árias mencionou a hipótese, admitindo a viagem com o juiz ao lado do tio, Marcos Peralta, a quem atribuiu os disparos" frisou Tavares, que também acompanhou a maioria dos depoimentos. "A ela foram dadas todas as proteções e garantias" salientou.
Tavares disse ainda acreditar que a tese não vai prosperar. "Se é para beneficiar alguém, esqueça: não é possível" disse, ao destacar que a própria Justiça Federal, através da 2ª Vara, demonstrou descartar a tese de que o juiz Leopoldino está vivo. ?O juiz Jefferson Schneider tem sido de uma postura firme e inequívoca em torno desse assunto. E, com certeza, logo outros possíveis envolvidos estarão no banco dos réus" salientou.