O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad voltou a dizer que está surpreso com o depoimento da ex-escrevente do Fórum Cível de Cuiabá, Beatris Árias, no qual ela afirma que juiz Leopoldino Marques do Amaral estaria vivo. Foi durante o "Programa de Notícias", noticiário com entrevista da TV Rondon (Canal 5). "A OAB tem interesse na resolução deste caso que foi um dos maiores crimes que envolveu o Poder Judiciário de Mato Grosso. Vamos acompanhar a exumação do corpo junto com a perícia médica e só então depois do resultado de DNA, tomaremos uma decisão" adiantou.
Faiad fez questão de lembrar que a OAB tomou partido quando do falecimento do juiz. "Na época foi nomeado um advogado para acompanhar de perto todo o desenrolar das investigações. A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Betsey Miranda, acompanhou pessoalmente a perícia onde foi constatado através do exame de DNA que o corpo era do juiz".
Indago sobre a hipótese de que o corpo que está enterrado no Cemitério de Poconé (100 km de Cuiabá), não seja de Leopoldino - Faiad afirmou que a OAB tomará as medidas cabíveis, mas a princípio designará um advogado para acompanhar o caso. "Não estou crente nessa afirmação, mas se o fato for verdadeiro voltamos à estaca zero. Confiamos na Justiça e no laudo da perícia. Acreditamos que não houve falha processual. Beatriz teve todas as chances de ter pronunciado essa informação anteriormente".
O presidente foi questionado também se o empresário Josino Pereira Guimarães levaria vantagem caso o corpo não seja do juiz. "É claro que ele vantagem, não tenho dúvida. Esta será uma das razões para que o advogado dele peça a suspensão temporária do processo do qual é acusado. Se não há vítima não tem como punir ninguém essa será a argumentação". Josino Pereira Guimarães está prestes a enfrentar julgamento no Tribunal Federal do Júri.
O presidente da OAB aproveitou para expor a posição da entidade com a relação ao fim das verticalizações partidárias. "O Congresso Nacional deu um passo atrás com a essa proposta. Os partidos devem ter coerência e não colocar em dúvida a cabeça do eleitor". O Conselho Federal ingressará com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) contra a queda da verticalização partidária no Supremo Tribunal Federal.