A Seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil vai acompanhar de perto a ?reviravolta? que consumou o caso do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral com as declarações prestadas pela ex-funcionária do Fórum Cível, Beatriz Árias. No sábado, está prevista a exumação do corpo sepultado no Cemitério Municipal da cidade de Poconé, a 100 quilômetros de Cuiabá. "Nos causa muita perplexidade essa situação neste momento" disse o presidente da OAB, Francisco Faiad.
Faiad disse que a OAB pretende acompanhar o desenrolar dos fatos. A começar pelas circunstâncias em que Beatriz Árias prestou o depoimento ao juiz criminal Pedro Sakamoto, da 7ª Vara, que resultou no pedido de exumação do cadáver enterrado no jazigo da família. Faiad disse que "é muito estranho" essas revelações "se verdadeiras" virem à tona agora, seis anos após o acontecimento.
"Beatriz Árias teve todas as oportunidades de revelar quem matou Leopoldino ou defender a tese que revela agora. Porém, não o fez: preferiu ser condenada, perder o emprego e ainda permanecer 5 anos na cadeia como parte de sua pena de 12 anos como co-autora do assassinato do juiz. Isso é muito estranho, no mínimo" disse o presidente da OAB.
O conselheiro federal Ussiel Tavares, que na época do assassinato do juiz era o presidente do Conselho Seccional, também se disse surpreso com as novas revelações. Ele destacou que a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Betsey de Miranda, acompanhou a necropsia do cadáver trazido a Cuiabá como sendo do juiz. "E ao que me consta" ele salientou "não houve qualquer dúvida sobre a identidade". Ele destacou, sobretudo, o exame de arcada dentária.
Tavares lembrou que acompanhou o depoimento de Beatriz Árias ao delegado federal José Pinto de Luna, onde ele afirmava que ouviu os tiros disparados pelo seu tio, o falecido taxista Marcos Peralta. "Se existe alguma armação para acabar com a materia_2009lidade do crime os fatos revelados agora, devo dizer que trata-se de um desrespeito à inteligência da sociedade brasileira. Creio que tudo tem limite" disse Ussiel.