O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad, se manifestou contrário a possibilidade de deflagração de greve no Judiciário Estadual. A possibilidade de paralisação foi anunciada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário, Rosenwal Rodrigues, que reclamou o fato de o Tribunal de Justiça ainda ao ter repassado a recomposição salarial dos servidores referente ao ano de 2005. "Toda e qualquer paralisação da Justiça é prejudicial para o advogado e para as partes" disse o presidente da OAB, ao se dizer preocupado com o movimento grevista.
"Já temos uma Justiça morosa, cheia de entraves. Muita gente está há anos esperando pelo julgamento de seu processo. As demandas judiciais também são elevadas. Uma greve prejudica a todos" ele acrescentou. Faiad disse que a exemplo de movimentos realizados pelos servidores do Judiciário no passado, a OAB se coloca a disposição das partes para buscar um entendimento satisfatório. Não admite, porém, qualquer hipótese de paralisação da Justiça. "É inadmissível uma greve, especialmente no final do ano" salientou.
Todo o problema do Judiciário em Mato Grosso está se esbarrando na questão de recursos financeiro. De acordo com o dirigente sindical, a direção do Tribunal de Justiça condicionou o repasse das perdas salariais a ampliação das verbas do duodécimo. "Temos uma situação efetivamente complexa" concorda o presidente da OAB, ao lembrar que o Legislativo Estadual tem aprovado os projetos de expansão do Judiciário, com ampliação e criação de novas comarcas.
De qualquer forma, Faiad apelou a busca do bom senso. "Apoiamos a luta dos servidores por melhores salários. Sabemos que o esteio da Justiça são seus funcionários. Mas não podemos penalizar a sociedade como um todo com uma greve" ele enfatizou.