Os advogados de Mato Grosso vão usar um símbolo para protestar contra a corrupção no Brasil e, ao mesmo tempo cobrar a punição exemplar de pessoas envolvidas. O símbolo, um laço de luto, foi lançado nesta quarta-feira, em Cuiabá, na abertura do 1º Congresso Mato-grossense de Direitos Sociais, na sede da OAB. "Vamos usar este símbolo até que as ditas autoridades do nosso país possam nos convencer de que aqueles que surrupiaram a nossa nação vão, de fato, responder com o patrimônio político e materia_2009l o dano que causaram a tanta gente" disse a presidente da Comissão de Direitos Sociais, Luciana Serafim, ao conclamar a classe ao luto.
Num discurso acirrado, a dirigente da OAB fez diversos paralelos sobre os danos sociais causados pela corrupção. Tendo como temática a fome e a miséria, ela destacou que as ambiguidades do Brasil, como, por exemplo, o país que mais produz alimentos no mundo e o fato de o Governo brasileiro chegar a planejar um ministério para combater a barriga vazia. Ela destacou que a fome e a miséria estão no campo, nas cidades, na terra dos índios e também nas cadeias públicas.
Luciana Serafim destacou que o efeito mais duro da corrupção estão na retirada dos dinheiro público para financiar "mensalões" e caixa dois das campanhas eleitorais, assuntos em voga no momento no Brasil. "Crianças morrem de diversas formas e precocemente. Muitas assassinadas ainda no ventre. Adultos e velhos morrem sem assistência ou prece: uns nas portas dos hospitais, alguns debaixo dos viadutos, mas há também aqueles que estão na fila do INSS" ela criticou.
"O Brasil apodrece no fruto da mentira e da corrupção, que se tornam universal. O que poderia ser muitas vezes verbas para a vida de muita gente, acabou sendo substituídos por valores levados em malas. Viramos o Brasil da mala" frisou.
O presidente da OAB, Francisco Faiad, que abriu o evento, também destacou os efeitos da corrupção Ele lamentou a situação em que se encontra as instituições brasileiras e voltou a defender uma rigorosa apuração de responsabilidades. "O Brasil precisa ser passado a limpo e este é um momento ideal" ele frisou.