O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad, protestou nesta quinta-feira contra a atitude da Justiça Federal dificultar o acesso dos advogados aos processos que resultaram na prisão de 78 pessoas no Estado acusadas de pertencerem a uma suposta quadrilha que atuava na extração e falsificação de guias de transporte para produtos florestais. "Muitas pessoas foram presas e os advogados chamados para atuar no processo foram impedidos durante todo o dia de acessa-lo. Isso fere a dignidade da advocacia e as prerrogativas dos advogados" disse.
Faiad informou que a OAB pretende oficiar essa situação à Corregedoria-Geral do Tribunal Regional Federal e também ao ministro da Justiça, Márcio Tomás Bastos. "A OAB apoia integralmente a operação realizada porque entre os seus princípios está o de banir de forma firme e profunda toda e qualquer forma de corrupção. Parabenizamos inclusive a coragem do Poder Judiciário e o trabalho da Polícia Federal. Contudo, as leis precisam ser respeitadas e o advogado precisava ter acesso a todos os processos, o que lhe foi negado" frisou.
Durante todo à tarde, o presidente da OAB esteve com o juiz Julier Sebastião da Silva para tratar do assunto. Somente no final da tarde as peças que originaram os mandados de prisões e busca e apreensões começaram a ser liberados.
Francisco Faiad se disse impressionado, a partir das informações veiculadas pela imprensa, com o nível de corrupção que se instalou dentro dos órgãos ambientais de Mato Grosso, em particular no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Ele também se mostrou surpreso com o nível de organização que se instalou nos órgãos visando tirar proveito. ''O maior prejudicado com tudo isso é a sociedade que paga pela devastação ambiental" disse.