O advogado Batilde Batista Jorge Abdala, da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fema) e membro da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso foi vítima de um sequestro seguido de roubo na noite de segunda-feira. Ele estava chegando em sua residência, na Avenida Isaac Povoas, no Centro de Cuiabá, quando foi abordado por dois elementos armados. Batilde foi levado para um cativeiro e o grupo supostamente formado por cinco elementos roubou o seu veículo, um Golf Preto, apreendido posteriormente próximo a fronteira com a Bolívia.
O advogado conseguiu escapar pela manhã nas imediações da localidade de Ponte de Ferro. Ele relatou a Polícia que ficou em poder de três homens. Os dois homens que fizeram a abordagem levaram o veículo para o Oeste do Estado, onde tentariam passar a fronteira e negociá-lo na Bolívia, supostamente em troca de cocaína. Em revista de rotina, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) desconfiou dos dois ocupantes do carro "identificados como Luciano Gonçalves Aparecido e Paulo Roberto Tomás Torres" e, em contato com a Delegacia Regional, se descobriu a ação marginal.
Batilde explicou que após passar a noite no cativeiro, ele foi levado pelos três elementos para o local onde foi resgatado já no começo do dia. Lá ele foi amarrado com um cadarço de sapatos a uma árvore e abandonado pelos bandidos. Com esforço, ele conseguiu escapar e procurou ajuda em uma chácara nas imediações, quando usou o telefone para contatar com sua família. Posteriormente, a Polícia, que já trabalhava no caso, seguiu para o local.
"Infelizmente, ainda somos obrigados a conviver com esse tipo de situação" disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Francisco Faiad, ao expressar sua insatisfação com o atual nível de segurança pública na Grande Cuiabá. A par dos elogios a atuação da Polícia Civil no episódio, Faiad disse que é grave o momento de insegurança. "Os limites estão ultrapassados" frisou ao destacar os inúmeros casos de sequestros-relâmpagos e crimes que vêm ocorrendo pela cidade. "Sabemos dos esforços, mas, a princípio, estão se mostrando ainda insuficientes" observou.
Faiad acompanhou Batilde Abdala durante todo o tempo na Delegacia Regional, onde prestou depoimento e reconheceu seus sequestradores. Aos delegados e policiais, ele relatou todos os detalhes do acontecimento. "É uma sensação que não gostaria que ninguém vivesse" disse o advogado.