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OAB e Sindjor alertam para volta da censura com decisão judicial

29/03/2005 18:47 | Atuação

    A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, juntamente com o Sindicato dos Jornalistas do Estado de Mato Grosso, emitiram nesta terça-feira nota pública em que alerta a sociedade, e também a própria magistratura -  para os riscos do conteúdo da decisão do juiz da 39ª Zona Eleitoral de Mato Grosso manifestada em processo  nº 042/2004, que resultou no "congelamento" do endereço eletrônico http://www.clickmt.com.br, do jornalista Marco Antônio Moreira, o "Vila". O site está suspenso por ordem judicial desde o dia 19.

    De acordo com a nota conjunta, assinada pelo conselheiro Hélcio Correia Gomes e pelo presidente da Comissão de Direitos Constitucionais da OAB; pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas, Antônio Peres Pacheco, e pelo diretor Jonas da Silva, a decisão, que impede a sociedade o acesso a opiniões emitidas pelo profissional, "atentam de forma brutal aos princípios da Democracia e da República, nos remetendo de volta a um passado triste e sombrio".

    "A manifestação do magistrado, ao prolatar sua decisão, é, acima de tudo, uma afronta a ordem constitucional vigente no Brasil a partir de 1988. Esta entidade, juntamente com o seu parceiro histórico da luta em defesa do estado democrático de direito, vê, com muita clareza, a reinstituição da censura prévia, um atentado rigoroso que se imaginava banido do nosso país e de todos os preceitos legais, na qual a imprensa sempre foi a maior vítima" aponta a nota.

    A nota pública conjunta lembra "o tempo em que os militares, que imperaram no Brasil por mais de 20 anos com suas decisões ditatoriais, colocavam censores dentro das redações dos jornais". Segundo OAB e Sindicato dos Jornalistas, o  ato da Justiça Eleitoral de Mato Grosso tem, no entanto, "uma grandeza negativa ainda maior no momento em que impede uma publicação de levar ao público suas opiniões como um todo".

    Os dirigentes da OAB e do Sindicato dos Jornalistas observam que "a sociedade brasileira, dentro da luta pelo fortalecimento da democracia brasileira, dispõe de instrumentos eficientes e capazes para coibir eventuais abusos. Trata-se da Lei 5.250, que trata da Lei de Imprensa". Eles observam ainda que essa decisão traz a insegurança na prestação jurisdicional, uma vez que "a magistratura de Mato Grosso, na forma praticada pelo juiz eleitoral, demonstra o abandono da lei para atuação de destemperança política, colocando em pânico a sociedade".

     "A OAB e o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso vão, permanentemente, defender o Estado Democrático de Direito, a segurança da decisão judicial e a boa aplicação da Justiça. Por isso, se colocam a disposição e vão lutar, no caso da OAB, através da Comissão de Direito Constitucional, pelo seu presidente, Marcos Relvas, para restituir ao proprietário do domínio o seu direito de usá-lo dentro do amparo da lei" conclui.  
 


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