Em um clima marcado pela descontração e informalidade, o presidente do STJ, ministro Edson Vidigal, disse que o Poder Judiciário brasileiro precisa "trabalhar mais". A declaração foi dada a uma plateia de mais de 200 advogados que participaram do 29º Encontro de Presidentes de Subsecções da OAB paulista.
Vidigal comentou que tudo no Brasil funciona em horários estendidos, menos o Judiciário. "O comércio funciona em três expedientes e a indústria roda o dia todo. O Judiciário funciona de manhã, ou pela tarde. Depois reclamamos que há muito trabalho. Temos que fazer uma campanha forte no Brasil para obrigar o Poder Judiciário a trabalhar mais", ressaltou.
Vidigal referiu que desde que assumiu a presidência do STJ vem implantando várias mudanças que têm surtido bons resultados. Como exemplo citou o fato de o tribunal funcionar agora em turno corrido, das 7 às 19 h. e distribuir as decisões em três horários diferentes. "Vamos fechar o ano com a distribuição de processos zerada. Não haverá nada encalhado nos corredores. Não precisei de reforma. É apenas vontade política de fazer", afirmou.
Vestido com a camiseta da OAB, a exemplo da maioria dos ocupantes da mesa, Vidigal chegou ao auditório do hotel acompanhado do presidente da OAB paulista, Luiz Flávio Borges D' Urso, e do ex-presidente nacional da entidade, Rubens Approbato Machado. O presidente do STJ cativou a plateia ao contar causos e piadas para ilustrar seu discurso.
Durante exatamente uma hora e meia, o presidente do STJ tratou de assuntos como a morosidade do Poder Judiciário, a revisão do pacto federativo e suas realizações à frente do tribunal. Vidigal criticou os juízes que reclamam dos vencimentos e foi aplaudido de pé pelos advogados. "Magistrado que reclama que ganha mal, pede demissão e vai embora", alfinetou.