A Seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil vai realizar no ano que vem um Seminário que pretende reunir patrões e empregados e fiscalização para tratar da questão envolvendo o trabalho escravo. A proposta foi definida durante a realização do Colégio de Presidentes de Subseções da OAB e foi levantada pelos dirigentes de Ordem da região do Vale do Araguaia, considerada região de grande incidência de denúncias.
Há críticas nas duas pontas: tanto da parte dos proprietários rurais, que reclamam da forma como são tratadas as questões envolvendo contratação de mão-de-obra, bem como por parte dos trabalhadores, que se sentem desrespeitados. "É preciso encontrar um meio termo, levar em condições aspectos tradicionais e regionais. Por isso, vamos buscar um entendimento nesse sentido" disse o presidente da OAB, Francisco Faiad.
Durante os debates sobre o tema, presidentes de subseções relataram que a fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho autua os proprietários rurais porque o trabalhador está dormindo em redes, ao passo que se na maioria das vezes, o próprio trabalhador vai se sentir degradante se tiver que dormir em colchão. "Queremos analisar ponto a ponto todas essas questões. A OAB não vai se furtar a esse debate" disse a presidente da Comissão de Direitos Sociais, Luciana Serafim de Oliveira.
O seminário para tratar do trabalho escravo em Grosso deverá acontecer em Barra do Garças. A data ainda será definida pela Comissão de Direitos Sociais.